Nossas crianças possuem ferramentas natas para agirem conforme suas mentes e corações mandarem. Nem sempre estas reações e atitudes vão de acordo com o que os pais esperam, principalmente na vida social cristã.
Mas o que nós, que somos pais, esperamos?
Esperamos que nossos filhos saibam, em um passe de mágica, sem muitas repetições, tudo o que parece ser tão óbvio e natural para vivermos bem em todos os âmbitos da nossa vida!
Aprendemos, com o passar do tempo, a linha tênue entre o que é seguro ou perigoso, temos a receita, está pronta, é só seguir. Tentamos, com nossa experiência, blindar nossos filhos para que não passem pelo que passamos para aprenderem... ledo engano!
Treinamos para que a criança passe do peito para a mamadeira, e depois para o prato. Treinamos para que ela use o vaso sanitário, treinamos para que ela se vista, treinamos as primeiras palavras, balbuciando sons que, para nossa idade, parecem tão engraçados. No entanto, deixamos, ou não acreditamos, que uma vida de qualidade, seja em relacionamentos com amigos, ou na vida cristã, também precisa ser treinada, e vai além do usual "por favor", "obrigado" e "desculpe". Uso o termo treinar como uma ação repetida da educação inicial. Portanto, treinar é educar de maneira repetida, continuada, como se faz com um atleta.
Para alguns pais, certos lugares são uma verdadeira tortura:
Festas de aniversários: Alguns pais fazem da festa um ambiente para a disciplina e promessas: "nunca mais te trago em uma festa" ou "quando chegar em casa...". Mercados e lojas de brinquedos: Ir nesses lugares é um bom exercício para que os pais treinem domínio próprio, pois nessas situações podem sempre ver aqueles pequenos corpinhos se retorcendo com uma crise de B.I.R.R.A. (Braços Irados Repuxados Revoltando Adultos) para conseguirem o produto que viram na TV. Ou, quem sabe, em lugares abertos, onde as crianças se comportam como bichinhos em cativeiros que, quando se veem livres, correm sem rumo e sem noção dos perigos, fazendo dos gritos dos pais uma suave e indiferente música aos ouvidos.
Mas qual a receita? Como compreender e ser compreendido?